segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

... and Lily, the shrilly.





“Do you want to know why I never married?”
“The question wasn’t at the top of my list,” I admitted.
The old woman made me meet her eye. “Listen to me: I never married because I was too easily bored. It’s an awful, self-defeating trait to have. It’s much better to be too easily interested.”
“I see,” I said. But I didn’t. Not then. Not yet.
(Dash & Lily's Book of Dares, p. 154).

Daniel Briand: o cenário para o último post e café da manhã do ano : )

Com os livros, a repetição não foi uma regra...  mas ocorreu, de forma muito bacana.

Uma semana antes do natal, comecei a ler Dash & Lily's Book of Dares, uma escrita conjunta de Rachel Cohn e David Levithan. Os autores escreveram três livros na linha she said, he said - cada capítulo escrito em primeira pessoa, cada autor responsável pelo personagem do seu gênero. Eu li os três neste mês, mais especificamente nos últimos dez dias. O último acabei hoje, imersa em fofiness e boas histórias. 

A Dash & Lily's eu cheguei pelo título. Book of Dares? Não poderia ser ruim, e não foi. Pelo contrário. Tão bom que não consegui parar até chegar ao final, mesmo que contra a minha vontade. Como assim? 
two (Lily)December 21st
I love Christmas.I love everything about it: the lights, the cheer, the big family gatherings, the cookies, the presents piled high around the tree, the goodwill to all. I know it’s technically goodwill to all men, but in my mind, I drop the men because that feels segregationist/elitist/sexist/generally bad ist. Goodwill shouldn’t be just for men. It should also apply to women and children, and all animals, even the yucky ones like subway rats. I’d even extend the goodwill not just to living creatures but to the dearly departed, and if we include them, we might as well include the undead, those supposedly mythic beings like vampires, and if they’re in, then so are elves, fairies, and gnomes. Heck, since we’re already being so generous in our big group hug, why not also embrace those supposedly inanimate objects like dolls and stuffed animals (special shout-out to my Ariel mermaid, who presides over the shabby chic flower power pillow on my bed—love you, girl!). I’m sure Santa would agree. Goodwill to all. (D&L, pp. 17/18).

O livro acontece no espaço de dez dias, iniciando em 21 de dezembro, com o dia marcado em cada capítulo, seja sob o ponto de vista de Dash ou de Lily. Não que eu tivesse medo de não chegar a ver o dia 22, mas li o livro quase de sentada, apesar de querer muto, muito, no terceiro capítulo, parar de ler para continuar numa sincronia com os meus dias.Com essa ideia, teria de esperar uma semana para chegar a Dash e Lily novamente. Não consegui, claro. O que fiz foi reler novamente o livro no dia 21 - achei que seria legal seguir o natal com ele. Sim, não foi a mesma coisa, chega um ponto em que tudo dá tão errado que ou a gente corre adiante ou pára de ler... Eu corri, mesmo com prejuízo da experiência imaginada. 

But Langston repeated, “Lily, you just don’t understand. What you need is someone to keep you occupied. You need a boyfriend.”
Well sure, who doesn’t need a boyfriend? But realistically, those exotic creatures are hard to come by. At least a quality one. (D&L, p. 20).

I shouldn't want the song to end. I Always think of each night as a song. Or each moment as a song. We move from song to song, from lyric to lyric, from chord to chord. There is no ending here. It's an infinite playlist. (N&N, pp. 173/4). 

Os outros dois livros de Cohn e Levithan foram Nick & Norah's Infinite Playlist e Naomi & Ely's No Kiss List. O primeiro deu origem a um dos meus filmes favoritos e um dos mais fofos que vi. Eu o tenho de rever de tempos em tempos. E o livro chegou pela Amazon logo após uma dessas reprises, o que me levou, acho, a rejeitar o livro de início. A alma da história está ali, mas o resto é muito diferente. Uma adaptação que considero boa, mas que gerou duas realidades paralelas com os mesmos personagens. Foi difícil assumir o livro... mas não há como eu me afastar das histórias de Cohn e Levithan: elas são honestas, divertidas e têm uma intensidade emocional que é essencial para mim. 
There are no such things as a soulmate... and who would want there to be? I don't want half of a shared soul. I want my own damn soul. (...) Not soulmates. But close. Because that as far as you should ever get with another person: very, very close. (N&E, p. 174).
Contam das amizades, dos amores, das perdas e dos encontros e desencontros de forma muito fofa. Interligam-se em música e geografia, preferências e personagens. Contam das mudanças que temos de enfrentar - embora se foquem mais no fim da adolescências, quando as transformações são mais evidentes, para mim eles se referem aos dilemas com que nos deparamos toda a vida, se não nos conformamos com a ideia de que a idade adulta é o fim dos conflitos e das descobertas. 

I showed him the Post-it. “You see? They’re from Lily.”
“Who’s Lily?”
“Some girl.”
“Ooh … a girl!”
“Boomer, we’re not in third grade anymore. You don’t say, ‘Ooh … a girl!’ ”
“What? You fucking her?”
“Okay, Boomer, you’re right. I liked ‘Ooh … a girl!’ much more than that. Let’s stick with ‘Ooh … a girl!’ ” (D&L, p. 52).

E, apesar do tom um pouco professoral de alguns pensamentos, especialmente com o útlimo que li, eles conseguem refletir sobre essa vida que vivemos como só a ficção e seus personagens amados conseguem. 

Naomi & Ely's não foi um amor imediato como Dash & Lily, mas me conquistou também. É o mais difícil dos três, o mais angustiado, e me acompanhou no dia especialmente moroso de ontem. Seria o livro mais dolorido também, embora nada, nos três, supere para mim a decepção por que Dash passa em um momento dos seus desafios. E Nick & Norah eu amo anyway, seja em filme ou em palavras. 

The cure. For the Ex's? I'm sorry, Nick. You know. Will you kiss me again? 

O legal de ler os três assim, seguidamente, é a identificação dos elementos e de um banheiro em comum. Assim como em John Green - Levithan e ele têm um livro juntos, o próximo da lista, aliás -, algumas coisas estão sempre lá. E o que poderia ser repetição, torna-se uma conexão bacana entre as histórias. As playlists, as bandas, as músicas... as ruas, os lugares. Uma viagem de que gosto muito.

I was about to give up and leave the store, my belief in the Moleskine defeated, when I felt a tap on my shoulder. I turned around and saw a girl who looked college age, dressed like Hermione Potter. I assumed she was a store employee.
“Are you the girl looking for the Muppet workshop?” she asked.
“I am?” I said. Don’t know why I said it like a question, other than I wasn’t sure I wanted Hermione knowing my business. I’ve always resented Hermione, because I wanted to be her so badly and she never seemed to appreciate as much as I thought she should that she got to be her. She got to live at Hogwarts and be friends with Harry and kiss Ron, which was supposed to happen to me. (D&L, p. 77).

"There's no such thing as ready", she says. "There's only willing" (N&N, p. 62). 

She raised her hand to cut me off. “I am aware of your epistolary flirtation. Which is all well and good—as long as it’s well and good. Before I ask you some questions, perhaps you would like some tea?”
Muito personagem fofo junto.
“That would depend on what kind of tea you were offering.”
“So diffident! Suppose it was Earl Grey.”
I shook my head. “Tastes like pencil shavings.”
“Lady Grey.”
“I don’t drink beverages named after beheaded monarchs. It seems so tacky.”
“Chamomile?”
“Might as well sip butterfly wings.”
“Green tea?”
“You can’t be serious.”
The old woman nodded her approval. “I wasn’t.”
“Because you know when a cow chews grass? And he or she chews and chews and chews? Well, green tea tastes like French-kissing that cow after it’s done chewing all that grass.”
“Would you like some mint tea?”
“Only under duress.”
“English breakfast.”
I clapped my hands. “Now you’re talking!”  (D&L, pp. 150/151).

We always see our worst selves. Our most vulnerable selves. We need someone else to get close enough to tell us we're wrong. Someone we trust. (N&E, p. 177).

Life fails. Songs don't always. (N&N, p. 113).


O começo do mês trouxe uma nova série distópica, Divergent. Até agora são dois os livros de Veronica Roth, com o terceiro e último previsto para 2013. Em um mundo dividido claramente em aptidões, há jovens que não se enquadram em uma facção claramente. Eles são os divergentes, e aí a confusão começa.

Eu gosto muito de distopia, e Divergent não me decepcionou. Não é wow, mas é bacana. Deixei para ler o segundo, Insurgent, perto do lançamento do terceiro, porque a espera pelos novos capítulos de série, apesar de bastante conhecida para mim, cansa às vezes. E se o livro não é insano a ponto de exigir imediatismo, vale a espera. Acho, rs. 
"It's just a simulation, Tris", Four says quietly.He's wrong. The last simulation bled into my life, waking and sleeping. Nightmares, not just featuring the crows but the feelings I had in the simulation - terror and halplessness, which I suspect is what I am really afraid of.(...)Stilll I nod and close my eyes. (p. 251).

A missão Ler Todos os Livros de Nora Roberts continuou em dezembro com os dois primeiros livros (são quatro) da série O'Hurleys - The Last Honest Woman e Dance to Piper. Nenhum dos dois foi marcante para mim, mas o primeiro alcançou o coração de uma pessoa querida. Foi assim que cheguei a essa série, numa forma de chegar mais perto de uma pessoa amada. E sabe-se lá se existe um motivo melhor para chegar a um livro? 


Mark scoffed. “You bookish little pervert.”
“Thank you, sir!” Dash said brightly. 
(D&L, p. 247).
Feliz ano novo!!!
Muitos livros, filmes, amigos, viagens... 

Essa vida engraçada...


PS: Hoje, depois de escrever o post, fui lavar as mãos. E quem encontro? Essa coincidência em sabonete : ) Qual a probabilidade disso acontecer? Btw, Dash & Lily's Book of Dares está previsto para o cinema em 2013. É torcer para a adaptação ser tão querida quanto o livro : )

PSS: Importante para a história de Dash e Lily é The Strand, livraria gigantesca na Broadway, NY. Na entrada, há o anúncio de 18 miles of books... no livro, uma discussão engraçada a respeito dessa soma. O site da livraria já é uma viagem bacana: http://www.strandbooks.com. 








Dash, short for Dashiel...

Quase um mês sem aparecer no Viagens... mas este dezembro foi mais para ver do que para escrever. Assim, antes que 2012 chegue ao fim, e 30 dias após o último post, conto aqui um poucos dos filmes que vi nesse intervalo.

Foi um mês de repetições, este dezembro. Fui dez vezes ao cinema, vi quatro filmes.

Thoooooooooooooooorin!
O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (The Hobbit: Un Unexpected Journey. Peter Jackson, US/Nova Zelândia, 2012) não foi o primeiro filme de dezembro, mas foi, com certeza, o mais impactante. Não só pelo filme em si, mas pelo que o rodeou: a espera e a preparação para a pre-estreia foram incríveis também,e fazem parte da história que vi na tela.

E senti no coração, porque a versão HFR - High Frame Rate -, que conheci na terceira vez com O Hobbit, concretizou para mim uma fantasia que não sabia que tinha tão forte em mim. Estar dentro da ação do filme, entrar na Terra Média e ter um coração batendo forte durante três horas de espanto e maravilhamento pelo que vivenciava, foi uma experiência que não achei que fosse viver. A versão HFR teve muitas críticas da imprensa especializada. E só o que eu posso dizer é bullshit. Se aquilo não é cinema - bla bla bla bla -, não sei o que é. Se o cinema não está aí para nos levar para além do que vivemos, ao mesmo tempo em que nos confronta com o que somos, well... 

Já que ainda não cheguei à história, aproveito para dizer também que me divertem e indignam, tudo ao mesmo tempo, os protestos por Peter Jackson ter transformado um livro de menos de 300 páginas em três filmes. As suas opções foram questionadas antes mesmo de o filme ser lançado e sua foto com um money em caixa alta anda pela internet acompanhada de comentários ácidos. Sério? 

Bom, para ir na contramão dessa ideia, tenho que, finalmente, falar do filme em si. Ufa.

O Hobbit é uma história incrivelmente bem contada. Não consigo me afeiçoar a J. R. R. Tolkien como escritor, de verdade. Não consigo alcançar sua narrativa, é como se visse algo decodificado que não conseguisse compreender. Uma pena, porque amo a história. E como eu sei disso? Pelos filmes.

E quem trouxe O Senhor dos Anéis e, agora, O Hobbit para a tela? Peter Jackson, o ganancioso vilão da indústria cinematográfica que, para mim, é um leitor genial. E um tradutor para algo que não compreendia, mas que, em imagens e sons e 48 frames por segundo, criam em mim uma grande admiração e entusiasmo pela história. 

O Hobbit remete ao modo como Jackson narrou O Senhor dos Anéis todo o tempo - e isso cria uma coerência e uma unidade linda de ver e nada fácil de se realizar. O início do filme nos lembra de por que estamos ali. Além de trazer de volta, num instante, o mundo que conhecemos anteriormente. As referências são contínuas, bem construídas e nos colocam definitivamente dentro do filme. 

E isso é potencializado pela versão em HFR, que dá à história um suporte imagético que não tinha visto ainda. Meu coração ficou disparado todo o tempo. 

Peter Jackson já havia dito que há partes importantes na história de Bilbo Baggins que ocorrem em poucas linhas, mas que são ações longas. Daí uma justificativa para os três filmes, além de eles englobarem os Contos Inacabados e não só o que está em O Hobbit. Eu senti percebi isso logo quando comecei a ler o livro - uma última tentativa de chegar a Tolkien pelas suas palavras, e não só pela criação genial de um dos seus leitores mais insanos. Logo no início deu para perceber as inúmeras possibilidades... O que se confirmou quando, ao depois de ver o filme (o livro eu estou lendo a passos de tartaruga, não tem jeito), eu meio que tropecei na parte da tempestade. Se não fosse pelas imagens que vi no cinema, a luta de gigantes de pedra não teria ocorrido para mim - eu realmente preciso de tradução para Tolkien.
Watson em outras aventuras.
All was well, until one day they met a thunderstorm - more than a thunderstorm, a thunder-battle. .You know how terrific a really big thunderstorm can be down in the land and ina river-valley; especially at times when two great thunderstorms meet and clash. More terrible still are thunder and lightining in the mountains at night, when storms come up from East and West and make war. The lightning slinters on the peaks, and rocks shiver, and great crashes split the air and go rolling and tumbling into every cave and hollow; and the darkness is filled with overwhelming noise and sudden light. (The Hobibit, p. 67).
Não me entenda mal. Não digo aqui que os filmes são melhores que o filme... quem sou eu para dizê-lo?  Mas são os filmes que fazem sentido para mim, e parei de brigar com isso, na ideia de que gostaria mesmo da história se lesse o original. A origem nós fazemos também, e, para mim, a Terra Média começou com as imagens de Peter Jackson.

Outra expectativa grande para o filme era Martin Freeman como Bilbo. Eu tinha certeza que nenhuma decepção viria daí, e não poderia estar mais certa. Se todas as certezas pudesse sem assim.

The Hobbit: três vezes em dezembro, uma delas em HFR. 

A Origem dos Guardiões (Rise of The Guardians. Peter Ramsey, US, 2012) ) não foi tão esperado quando O Hobbit, mas foi uma surpresa grande. Com Guillermo del Toro na produção, eu não deveria ter me surpreendido, mas a animação da DreamWorks me cativou definitivamente. A arte é linda, a história é de cortar o coração, os personagens são geniais.

Aqui, novamente, uma reação às críticas: nos comentários no imdb, vários espectadores reclamaram da c caracterização de Papai Noel e no Coelhinho da Páscoa. Sustentaram que eles deveriam ter permanecido como eram. Uhn? E como eles são, senão o que as histórias fazem deles? Eu gostei muito da imagem dos guardiões das crianças como guerreiros insuperáveis. As tatoos do Noel são massa, o Coelhão é uma figura maravilhosa, a Fada dos Dentes é um doce e Sandman é um fofo, extremamente poderoso, como os sonhos. :E eu comprei o brinde do McLanche Feliz dos duendes, que são minions geniais. Os personagens das crianças nos lembram para quem existem os guardiões. E Jack Frost? Heartbreaking.

Diferentemente do que acontece com as animações, a versão original aqui faz muita diferença. A voz do Bicho Papão é de Jude Law, e deixa o personagem bastante assustador e intenso, o que se perdeu na dublagem em português. Eu já vi o filme várias vezes no cinema, mas mal posso esperar pelo DVD, para assistir ao original novamente. Lindo, comovente e divertidíssimo, ele já está na minha ideia dos favoritos.

Rise of The Guardians: quatro vezes no cinema, uma delas na versão legendada.

O primeiro filme do mês foi E Se Vivêssemos Todos Juntos? (Et Si On Vivait Tout Ensemble? Stéphane Robelin, França/Alemanha, 2011), a que queria muito assistir - viver junto com os amigos na velhice é uma ideia que gosto de imaginar para os dias que virão -, mas que enrolei até chegar ao cinema. E amei quando o vi. Eu não sei se consigo dizer de verdade como me sinto ao ver uma história sem concessões e, ao mesmo tempo, delicada e querida. A vida em amizades, discordâncias, amor, dificuldades, perdas. encontros inesperados é contada aqui sem o sentimentalismo usual. Os franceses estão dando lições nesse sentido - é só lembrar de Os Intocáveis. Um filme para ver com a alma, o coração e a lembrança de pessoas amadas. 

Et si on vivait tout ensemble? Duas vezes no cinema.

O último filme do ano até agora (quem sabe consigo dar uma escapada ao cinema daqui a pouco?) é Detona Ralph (Wreck-it Ralph. Rich Moore, US, 2012). Fui à pré-estreia, numa sessão lotadíssima em uma sala sem ar condicionado - no calor de fim de mundo que tem feito nesta cidade. Pensei que ia ser uma experiência horrorosa, mas três crianças amadas e uma amiga querida que ajudou a administrar, numa competência surreal ( : ), a bagunça, somados a um filme muito bacana, foi, na verdade, uma tarde divertidíssima e muito fofa. 

Detona Ralph foi o único filme que vi uma só vez este mês... mas promete repeteco para janeiro!




PS: Um dos presentes mais insanos e incríveis que já ganhei (Paty, sua doida), os DVDs de O Senhor dos Anéis em versão estendida teve um destino feliz dois dias antes da pré-estreia de O Hobbit. Amanda e Melissa, minhas sobrinhas de coração muito queridas, lindas, amadas e, claro, com um bom senso de moda ( : ), vivenciaram comigo uma maratona que estava para acontecer há tempos, em outras circunstâncias, mas que sempre morria na prais: os três filmes de LOTR em versão estendida num dia só. Foram quinze horas no total, café da manhã, almoço e jantar e sorvete, e uma incrível imersão na história antes de chegar à Terra Média again. Incrível e feliz. 

Ficou uma dúvida, no entanto. Li, à época das filmagens, que Hugo Weaving, o Elrond, fez uma piada com Viggo Mortensen à época de O Retorno do Rei: colocou os óculos do Agente Smith durante a gravação de uma das cenas. Conta a lenda que ninguém conseguiu mais trabalhar naquele dia. Mas eu não acho a cena nos extras ou na internet. Alguém teria alguma notícia a respeito?


sábado, 1 de dezembro de 2012

Nos últimos minutos de Novembro...

.... os primeiros filmes do mês.

Amanhecer Parte 2 foi um evento de tal porte que atropelou os filmes e livros que vieram antes dele neste mês. E antes que Dezembro chegue - daqui a pouco -, eu os trago aqui.

Novembro começou com Diário de Um Banana: Dias de Cão (Diary of a Wimpy Kid: Dog Days. David Bowers, US/Canadá, 2012), filme obrigatório com a minha sobrinha. Principalmente por ela e por uma amiga, passei a gostar muito da série. Neste, o mais divertido é sem dúvida Rodrick, personagem que tem crescido muito, uma figura divertidíssima. O cover de Baby, de Justin Bieber, me levou ao riso histérico e à vontade de ver o filme novamente. Só ainda não tive ânimo de chegar aos livros.

Seu fofo!!!!
Frankenweenie (Tim Burton. US, 2012), foi o próximo, e um amor imediato. Bom, na verdade, já cheguei ao cinema gostando demais do filme, numa pré-disposição difícil de não ter quando se trata de Tim Burton, para mim. Bom, eu já me decepcionei com ele, infelizmente... mas não dessa vez - sempre um alívio. O filme é fofo, num ritmo e estética diferentes, que dizem muito por si só. O filme tem sua história num tempo atual, mas toda a estética é dos anos 50. O atraso e conformismo de uma época que se acha tão moderna, mas está cada vez mais retrógrada. Amei.

Argo (Ben Affleck, US, 2012) foi uma surpresa boa. O filme está muito elogiado, mas é aí que tenho mais medo do que vou ver. Há muitas críticas também, mas não saí do filme com elas. Ele é empolgante, inteligente, inacreditável - uma missão secreta divulgada apenas no governo Clinton é a base do filme. E, fora alguns furos pequenos na direção e no uso da trilha sonora, Ben Affleck promete melhores dias como diretor. 

Engraçado, ontem escrevi que sua estreia na direção tinha sido excelente... até me alertarem que, na verdade, ele já havia dirigido outros dois filmes. A minha memória é um horror; eu passei a tolerar Ben Affleck faz bem pouco tempo (não o aguentava, de verdade)... mas, mesmo assim, me espantei com o esquecimento. De The Town (Atração Perigosa, 2010) eu gostei, embora tenha achado banal. Ao pesquisar para este post, interessou-me o seu primeiro curta na direção, ainda quando era estudante (como denuncia, aliás, o título): I Killed My Lesbian Wife, Hung Her on a Meat Hook, and Now I have a Three-Picture Deal at Disney (1993). Gone Baby Gone (Medo da Verdade, 2007) também foi bastante elogiado, mas como ainda é da época em que eu torcia para Affleck se tornar corretor de imóveis, não cheguei nem perto. Agora, talvez, quem sabe... ? 

Geralmente não me entusiasmo muito por shows no cinema - o conceito é legal, mas como shows são meus lugares favoritos no mundo, além de certas cidades (Bonjour, Paris), eles sempre acaba deixando por desejar. Mas como documentários são incríveis. E foi isso que percebi em Queen - Hungarian Rhapsody, filmado em Budapeste, 1986. Inacreditavelmente, eu nunca havia visto uma entrevista com  Fred Mercury, muito diferente e divertido fora dos palcos. Só por isso, já valeu. Mas o show, mesmo com a péssima qualidade da gravação, foi lindo e emocionante. 

No dia da pré-estreia de Amanhecer Parte 2, resolvi assistir a Crepúsculo (Twilight. Catherine Hardwicke, US, 2008) no cinema, numa maratona da saga realizada pelo Cinemark. Fui com minha sobrinha, e como já vimos o filme várias e várias vezes, foi uma falação durante toda a sessão. Fora um moço estranho que saiu no meio do filme, o cinema estava vazio, assim, a conversa pode ir longe. E, por mais que este primeiro seja um dos mais mal feitos da série, ele sempre me traz um sorriso e uma certa melancolia, algo que os outros ficam longe de conseguir. 

As Palavras (The Words. Brian Klugman, Lee Sternthal. US, 2012) é o exemplo do que pode fazer uma história bem contada. O enredo é quase banal, se formos pensar linearmente. Mas o modo como a narrativa é desenvolvida é tão vivo e se assemelha tanto à leitura de um livro (como eu amo quando isso acontece), que eu fui ficando por ali, extremamente feliz de estar no cinema - uma vivência que, por mais rotineira que seja, nunca se torna banal, principalmente diante de filmes bem cuidados como é As Palavras. Numa época em que tenho sentido a pressa sobrepor-se à delicadeza nas produções cinematográficas, esse cuidado com a história é uma boa surpresa.

As séries também foram foco na literatura. Além da bizarrice assustadora dos já citados no post anterior, cheguei a duas outras séries em novembro. 

Black Dawn é o 12º livro de uma série por que tenho muito carinho, Morganville Vampires, de Rachel Caine. Os personagens principais são ótimos e fofos, e são um quarteto, não um triângulo (embora ele ocorra de forma mais secundária, como não pode deixar de ser). Os personagens secundários são bons também e crescem a cada capítulo. Mas por este último eu me arrastei, o que é uma pena. A autora já anunciou que serão 15 volumes, e espero que ela consiga chegar até lá com um mínimo de dignidade -  o que acho bem difícil, infelizmente. 

Uma amiga querida, e a livreira mais amada e amável que conheço, chegou à cidade para uma visita. Ao separar uma série de vampiros para emprestar a ela, eu resolvi ler - ao contar que tinha uma vamp série comigo há uns dois anos sem ler, ela não acreditou. Como assim não leu? Bom, sobre a família Argeneau, saga escrita por Lynsay Sands, eu já havia lido Love Bites, mas não me entusiasmei muito. Não é ruim em si, mas bastante semelhante a muita coisa que já li. Depois do fiasco com alguns livros em novembro (...), eu resolvi  dar uma chance à série - que tenho lido fora de ordem, como gosto de fazer com séries que não são tão importantes (essa inversão no tempo pode ser muito divertida). Bite Me If You Can e Single White Vampire continuam a girar em torno dos membros imortais da família Argeneau e suas almas gêmeas, ainda sem muitas surpresas, mas sem nada terrivelmente infame também. 

E assim, chegamos a Dezembro... Wake me up quando o mundo acabar.